João Tancredo – Escritório de Advocacia

Bombeiro que atirou em atendente do McDonald’s irá a júri popular; juiz mantém prisão

Por Marcelo Gomes – TV Globo – 25/10/2022

O juiz Gustavo Kalil, da 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), decidiu nesta terça-feira (25) que o bombeiro Paulo César de Souza Albuquerque, que atirou em um atendente de uma lanchonete na Zona Oeste do Rio, deverá ser julgado pelo Tribunal do Júri, pelo crime de homicídio tentado. A decisão também manteve a prisão do réu.

Em 9 de maio deste ano, o bombeiro agrediu e baleou o atendente de caixa Mateus Carvalho, de 21 anos, após exigir um desconto de R$ 4 em uma lanchonete do McDonald’s na Taquara, Zona Oeste do Rio.

A bala atingiu o rim esquerdo e o intestino grosso de Mateus, que sobreviveu, mas precisou passar por cirurgia e ainda sofre com as sequelas do crime.

No processo, a defesa do réu solicitava a absolvição sumária e a revogação da prisão preventiva, mas não foi acolhido. Ainda cabe recurso.

Relembre o caso

O crime ocorreu no dia 9 de maio desse ano. Na ocasião, a vítima e outros atendentes contaram que o cliente estava no drive-thru da loja e queria adicionar um cupom de desconto depois que o pedido já tinha sido fechado. Mateus teria informado que não seria possível.

Nesse momento, Paulo César se irritou, quebrou a proteção de acrílico e deu um soco de Mateus, que revidou a agressão. Imagens das câmeras de segurança do estabelecimento mostram quando o sargento entra na loja com uma arma na mão, vai até a área de trabalho da lanchonete e, segundo testemunhas, atira no rapaz. O militar sai e Mateus fica caído no chão e é amparado por um colega.

Amigo negou disparo acidental

À polícia, o agressor disse que o tiro foi dado de forma acidental. Uma testemunha, no entanto, negou a versãoCarlos Felipe da Silva Brasil aparece de camisa laranja nas imagens e foi à lanchonete junto com o bombeiro acusado pelo crime. Em depoimento, ele disse que o tiro não foi acidental.

Em seu depoimento à Justiça, Carlos Felipe contou que a briga entre Paulo e Mateus teve início por conta de um cupom de desconto. No relato, ele diz que Mateus foi “ríspido” ao responder o bombeiro sobre o procedimento correto para a validação do cupom de desconto. Ainda segundo ele, os dois continuaram a briga do lado de dentro da loja, quando o bombeiro sacou sua arma e atirou.