João Tancredo – Escritório de Advocacia

Justiça condena blogueiro e mais um por danos morais contra Jean Wyllys

Por Henrique Coelho e Laura Rocha – g1 Rio – 07/07/2022

A Justiça do Rio de Janeiro condenou o blogueiro Oswaldo Eustáquio e o militante bolsonarista Luciano Carvalho de Sá, conhecido como Luciano Mergulhador, a pagar R$ 20 mil cada por danos morais contra Jean Wyllys. Em live, eles associaram o ex-deputado a Adélio Bispo, autor da facada em Bolsonaro, em 2018. A suposição repercutiu entre apoiadores e aliados do presidente.

A sentença enfatiza que, apesar de inquéritos da Polícia Federal chegarem “à conclusão de que Adélio Bispo agiu sozinho e sem mandantes”, Luciano e Eustáquio espalharam “notícias falsas”. Sem provas, os dois teriam então associado Wyllys a uma tentativa de assassinato ao então candidato à Presidência.

O texto também afirma que Eustáquio e Mergulhador atingiram “um número incalculável de pessoas” e “exorbitaram o limite de mera opinião pessoal”. Segundo o documento, acusações podiam não só “ferir a honra”, mas colocar segurança do ex-deputado em risco.

Por fim, o texto fala sobre o direito de liberdade de expressão “não ser absoluto”, uma vez que a imagem do ex-parlamentar foi afetada por informações falsas.

“Essa é uma vitória importante porque é essa rede de desinformação que coloca o Jean Wyllys em risco, razão do seu exílio e de muito sofrimento” diz o advogado de Wyllys, João Tancredo.

Relembre o caso

Em abril de 2020, em uma live do canal do ex-youtuber Eustáquio, Luciano Mergulhador disse que conhecia Adélio Bispo, apontado como autor da facada no então candidato à Presidência, e o relacionou a Wyllys. Na mesma ocasião, o blogueiro enfatizou: “Jean Wyllys é o elo da Câmara dos Deputados com Adélio Bispo, está claro”.

À Polícia Federal, no dia seguinte, Luciano voltou atrás e disse apenas que lembrava de alguém ter dito o nome do ex-deputado.

A live em questão se chamava “A última testemunha viva que esteve com Adélio Bispo desmente inquérito da PF de Moro”. A gravação foi após o ex-ministro da Justiça Sergio Moro sair do cargo e apontar suposta interferência de Bolsonaro na PF.