João Tancredo
Meu trabalho, infelizmente, pode ser visto como uma linha do tempo das principais tragédias do Brasil, principalmente do Rio de Janeiro. Comecei minha atuação na área de responsabilidade civil há mais de 35 anos, a partir da indignação com o enorme número de vítimas da sede incontida de empresas por lucro às custas dos cidadãos, especialmente concessionárias do serviço de transporte público, como trens, metrôs e ônibus. Sempre na defesa da população marginalizada pelo capitalismo e pela omissão e violência do Estado, passei também a ter ampla atuação na defesa dos Direitos Humanos, auxiliando vítimas de danos decorrentes da ação de agentes do Estado.
Acredito que, através da militância por justas compensações e que reflitam o fundamental caráter educativo das indenizações, é possível transformar as relações socioeconômicas no Brasil, evitando que se impere a noção de que causar o dano é mais barato do que o investimento em prevenção, principalmente no campo dos acidentes de trabalho, mas também nas relações de consumo.
Assim, tenho a confiança de que a luta por justiça social também passa pelo Poder Judiciário e que é nosso dever atuar na diminuição das desigualdades sociais, na garantia e efetivação de direitos e o acesso à justiça à todos e todas, sempre na defesa do Estado Democrático de Direito.