João Tancredo – Escritório de Advocacia

João Paulo Lins e Silva x Casa de Saúde São José e Dr. Nadir Farah

João Paulo é viúvo de Bruna Bianchi, renomada estilista que faleceu na Casa de Saúde São José em decorrência de erro médico no parto e pós-parto.

Já no parto normal realizado pelo festejado obstetra Dr. Nadir Farah verificou-se que a paciente teria perdido sangue de forma excessiva, embora a equipe afirmasse aos familiares que Bruna estava bem. Ao retornar para o quarto, o quadro de Bruna foi se deteriorando: sentia muito frio, as mãos geladas, podia ver estrelas, tinha pressão extremamente baixa e sentia intensas dores no abdome.

O afamado médico, no entanto, já havia saído do hospital, deixando uma médica assistente já bastante idosa e com dificuldade de locomoção que sempre reafirmava, assim como as enfermeiras do hospital, que tudo corria dentro da mais completa normalidade.

Após muita insistência da família, o médico finalmente retornou ao hospital e decidiu realizar procedimento cirúrgico e, em seguida, encaminhá-la ao Tratamento Intensivo, sempre reafirmando ao viúvo que tudo corria bem. Algumas horas de muita angústia depois, a equipe médica do Dr. Nadir Farah adentrou a sala de espera para informar aos familiares o óbito de Bruna Bianchi.

Fato é que nada estava bem e jamais ficaria: todo aquele tempo em que a equipe médica e o corpo de enfermagem, impacientes com a preocupação e insistência da família, afirmavam que não havia nenhuma anormalidade, escondia a grave negligência e imperícia. Bruna teve severa hemorragia pós-parto, atonia uterina, quando o útero perde tônus muscular, e rotura interina, quando a parede do útero se rompe, causada pela má condução do parto.

A família então moveu ação em face do hospital e do obstetra, exigindo pensionamento aos filhos da estilista, reembolso de todas as despesas, tratamento psicológico e psiquiátrico e indenização por danos morais. Em sentença foi reconhecida a responsabilidade do Dr. Nadir Farah, mas afastada a da Casa de Saúde São José, devendo o médico arcar com o pagamento do que foi pedido. Foi interposto o recurso cabível para, entre outros pontos, buscar a condenação também do hospital e aguarda julgamento pelo Tribunal de Justiça do Rio.