João Tancredo – Escritório de Advocacia

JONGO TRIO: Aparecido Bianchi (Cido), Sebastião Oliveira da Paz (Sabá) e Antonio Pinheiro Filho x Universal Music

Em abril de 1965 foi promovido memorável show produzido por Walter Silva no Teatro Paramount, em que se apresentaram Elis Regina, Jair Rodrigues e Jongo Trio. O teatro ficou lotado e Ruy Castro, em passagem de seu livro Chega de Saudade, afirmou: “Jongo Trio era um milagre (…). Ninguém poderia imaginar que ainda pudesse surgir algo espetacular sob os céus da Bossa Nova no departamento de trios, (…). O trio mais efêmero (menos de um ano de vida; um único disco exclusivo) foi justamente o mais empolgante: o Jongo Trio. (…) Durante todo aquele ano o Jongo puxou a fila nos cartazes dos shows de Bossa Nova em teatros, universidades e clubes (…)”.

Foi então que a gravadora Philips procurou Walter Silva para lançar um disco com a gravação do show. O LP foi publicado sob o título “2 NA BOSSA”, sem qualquer menção a participação do Jongo Trio. Anos se passaram e o mesmo se repetiu com o lançamento em CD. Também Ruy Castro apontou: “Só os muito por dentro (ou os 2 mil que os viram ao vivo no teatro Paramount naquela noite) saberiam que se tratava do Jongo Trio. O comprador do disco podia ler e reler a capa, a contracapa, o texto desta (por Walter Silva) e o selo do LP em busca do nome dos acompanhantes – e em nenhum lugar constava o nome do Jongo nem em código”.

Assim, em fevereiro de 2002, João Tancredo ingressou com ação em face da Universal Music, antiga Philips Records, com pedido de dano moral e danos materiais, levando em conta a quantidade de produtos comercializados contendo a reprodução das interpretações sem que os intérpretes recebessem o percentual que lhes é de direito. O pedido foi reconhecido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e, após executada, a Universal pagou a condenação.