A Justiça Militar julgou os 12 militares do Exército acusados pela morte do músico Evaldo dos Santos Rosa e do catador de latinhas Luciano Macedo. O crime, que aconteceu no bairro de Guadalupe, no Rio de Janeiro, mobilizou a opinião pública em 2019.
No dia 7 de abril, eles dispararam 257 tiros em direção a um carro que imaginavam transportar bandidos, mas que carregava uma família a caminho de um chá de bebê; 62 disparos atingiram o carro. Evaldo morreu com oito tiros.
Viúva do músico, Luciana dos Santos Nogueira passou mal no tribunal.
“Minha pressão subiu, porque é muito difícil, muito difícil estar frente a frente com eles”.
“Eu fiquei com medo da impunidade”, conta Dayana Horrara da Silva Fernandes, a outra viúva.
Ela estava grávida da filha Ayla Vitória. O marido, Luciano Macedo, foi tentar socorrer o músico e sua família e acabou sendo assassinado também pelos militares.
Na madrugada de quinta-feira (14), depois de 15 horas de julgamento, veio a sentença: oito militares foram condenados. A Justiça determinou também que eles sejam expulsos do Exército. Quatro, que não atiraram, foram absolvidos.
O Fantástico conversou com as duas viúvas depois da notícia.
“Eu me sinto com a alma lavada, um pouco mais em paz, mesmo sabendo que não vai trazer meu esposo de volta”, afirma Luciana.
“Só alívio”, diz Dayana.
Luciana entrou com uma ação contra a União por danos morais e materiais. Enquanto isso, recebe uma pensão mensal de pouco mais de um salário mínimo.
Já Dayana não entrou com processo porque está sem advogado. Ela pediu, mas não obteve uma pensão temporária.
Os militares vão recorrer da condenação em liberdade.
Assista o vídeo da reportagem aqui.