Por Luanna Bernardes da Band News FM
O caso do jovem preso por engano, acusado de latrocínio, roubo seguido de morte, ilustra a realidade de milhares de outros brasileiros, que muitas vezes passam anos na prisão antes de serem inocentados ou até mesmo são condenados por crimes que não cometeram.
Leonardo Nascimento foi liberado depois de passar uma semana preso. A prisão foi baseada no reconhecimento pessoal de testemunhas. A vítima só foi solta depois que parentes apresentaram imagens de câmeras de segurança para provar a inocência de Leonardo, que passou o aniversário na prisão.
Nem todos, no entanto, conseguem a liberdade no prazo de uma semana. Em 2017, o manobrista Nilton dos Santos, de 30 anos, também foi preso por latrocínio. Até provar a inocência, ele passou um ano e quinze dias na prisão.
Nesta quarta-feira (30), o mototaxista Victor Everton de Carvalho, de 30 anos, acusado de roubo, foi solto pela Justiça, após passar 15 dias na cadeia. A Justiça Fluminense concluiu não haver elementos mínimos capazes de justificar a denúncia contra Victor de Carvalho. Questionada, a Polícia Civil disse que o suspeito foi reconhecido por cinco testemunhas. Para o advogado João Tancredo, o processo de reconhecimento é falho.
O ex-comandante de Estado Maior da Polícia Militar do Rio e atualmente consultor em segurança pública, coronel Robson Rodrigues, explica que a Polícia precisa ter cuidados ao levar a vítima para fazer o processo de reconhecimento. Os suspeitos, por exemplo, devem ter as mesmas características.
Investigadores ouvidos pela BandNews FM afirmaram que o processo de reconhecimento segue as regras e apresenta suspeitos sempre com as mesmas características. A Polícia Civil foi procurada, mas disse que não comenta a opinião de especialistas.